Uma pesquisa realizada com base no Censo Demográfico de 2010 do IBGE mostra que as igrejas que ficam à margem da Via Dutra (Rio de Janeiro e São Paulo) e na BR-101 (Rio de Janeiro – Espírito Santo) crescem mais que as igrejas afastadas das rodovias.
Um dos exemplos de ministérios que estão prosperando nessas localidades é a Igreja Projeto Vida de Nova Iguaçu que fica às margens da Dutra. Quando foi inaugurada, há cinco anos, a igreja tinha apenas oito membros e hoje um culto chega a atrair 250 pessoas.
Para o pastor Márcio Gonçalves há uma explicação para este fenômeno: “Há uma crise de valores na sociedade, que tem levado as pessoas a buscar respostas para suas angústias financeiras e familiares. Elas querem ser bem recebidas e assistidas nas dificuldades. A Igreja Evangélica faz esse acolhimento”.
Mas para os pesquisadores José Eustáquio Diniz Alves e Luiz Felipe Walter Barros, responsáveis pelo estudo intitulado de “A transição religiosa brasileira e o processo de difusão das filiações evangélicas no Rio de Janeiro” o que faz com que essas igrejas aumente o número dos fiéis é a facilidade proporcionada pelas grandes estradas.
As rodovias permitem que fiéis evangelizem e atraiam novos seguidores para a religião, o que não acontece nas cidades afastadas. Segundo o Censo, em 2000 dos 92 municípios fluminenses os evangélicos eram maioria apenas em Silva Jardim, na Baixada Fluminense. Hoje já representam a maioria em 18 cidades do Rio.
Os pesquisadores anotaram que o crescimento dos evangélicos está ligado à diminuição do número de católicos. “É um caminho irreversível. A Igreja Católica se acomodou e não está reagindo à ascensão protestante. Nem o Papa latino conseguiu estancar essa sangria”, disse o pesquisador José Eustáquio para o jornal O Dia.
Na última década o número de católicos cresceu em apenas dois municípios fluminenses: Macuco e São José de Ubá que ficam quase na fronteira com Minas Gerais, ao Norte do estado. Enquanto isso em Queimados, Silva Jardim, Japeri e Seroédica o número de fiéis da Igreja Católica caiu para menos de 30% da população. Já nas cidades de Angra dos Reis e Paraty os católicos já são menos que a metade da população.
fonte: O Dia